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  • Daniel Santos

Porque o pneu dianteiro da empilhadeira é maior?

Na grande maioria das empilhadeiras de contrapeso o pneu dianteiro é maior do que o traseiro, mas poucos ousam perguntar: porque o pneu dianteiro da empilhadeira é maior?

Aqui no Empilhando a gente pergunta o que parece óbvio mesmo. Temos curiosidade em aprender cada vez mais e mais e é por isso que acompanhamos o canal do Youtube da Avanti Treinamentos e foi lá que vimos um vídeo falando sobre o assunto.

Se você não conhece o Jefferson, deveria, ele é o cara que dá o curso ONLINE para operadores de empilhadeiras e também o curso ONLINE para operadores de transpaleteiras.

Feita a devida apresentação e créditos dados, vamos então aos conceitos técnicos do porque o pneu dianteiro da empilhadeira é maior do que o pneu traseiro?



Índice

Estabilidade lateral da empilhadeira e os pneus

Não, não é por isso não, risos. Não tem a ver com a estabilidade lateral da máquina o tamanho do pneu dianteiro da empilhadeira.

Rodagem dupla dianteira

Mas a rodagem dupla dianteira tem tudo a ver com a estabilidade lateral da empilhadeira, deixa o eixo dianteiro mais “pesado” e firme, fazendo com que a máquina balance menos ao usar o deslocador lateral com os garfos elevados.

Além disso o que influencia muito também na estabilidade lateral da empilhadeira é o tipo de pneu que ela utiliza e a sua calibragem correta. Se a sua empilhadeira usa pneus pneumáticos, com ar, verifique sempre se estão corretamente calibrados porque;

  1. Calibragem correta dos pneus evita desgastes precoces, como vimos no artigo que comenta um pedido de garantia de empilhadeira;

  2. A calibragem dos pneus dianteiros influenciam diretamente na estabilidade lateral do equipamento e evita acidentes.

Pneus superelásticos

São os pneus que não possuem ar no seu interior e por isso mesmo não possuem problemas com calibragem.

Esses pneus são usados em operações que possuem material cortante espalhado pelo chão, tais como limalhas de aço, pregos e madeiras.

Contudo os pneus superelásticos não são usados apenas em operações nas quais é impossível manter o chão limpo. Eles são usados, na cor branca, em operações limpíssimas onde não pode haver sujeira por se tratar de área médica, tais como indústrias farmacêuticas.

Então, desmistificando esse primeiro ponto, o tamanho dos pneus não é diferente por uma questão de estabilidade lateral.

Pneus maciços ou cushion

Os pneus maciços usados em empilhadeiras da classe IV, para as máquinas que usam pneus cushion.

Esse tipo de pneu é muito comum nos EUA e muito pouco usado no Brasil.

Tração da empilhadeira e seus pneus dianteiros

Nesse caso sim, tem tudo a ver. Com pneus maiores temos mais aderência ao solo, então faz todo sentido que os pneus direcionais, traseiros sejam menores, gerando um desgaste menor durante as manobras.

A grande maioria das empilhadeiras de contrapeso tem a tração dianteira. Existe sim um modelo de contrapeso elétrico para 1.600 kg que possui tração traseira.

Uma tração traseira na empilhadeira de contrapeso pode provocar perda de aderência quando um palete é colocado em seus garfos com peso próximo à sua capacidade máxima.

Mas tirando essa exceção, com rodas maiores a aderência ao solo é muito superior, evitando que a máquina perca aderência em rampas, por exemplo.

Os pneus dianteiros vão precisar de mais aderência para subir rampas quando a máquina estiver levando palete em seus garfos. Como o peso do palete fica na frente da máquina, a roda dianteira é maior, e a tração é dianteira, tem tudo pra conseguir superar seu obstáculo.

Distribuição de peso nas empilhadeiras

Talvez esse seja o ponto mais importante do porque o pneu dianteiro de empilhadeiras de contrapeso são maiores do que os traseiros.

Mas não é só isso. É importante lembrar que o diferencial da máquina fica na frente, ele é grande e precisa de espaço. Pneus maiores deixam a máquina com a altura necessária para o conjunto.

Lembrando do conceito de equilíbrio da empilhadeira, o efeito gangorra, temos a imagem:

gangorra empilhadeira

A Empilhadeira E A Gangorra Do Equilíbrio


Sendo assim temos que durante a operação normal da máquina:

Distribuição do peso na empilhadeira, sem carga36% do peso total fica sob o eixo motriz64% do peso total fica sob o eixo direcional Distribuição do peso na empilhadeira, com carga87% do peso total fica sob o eixo motriz13% do peso total fica sob o eixo direcional

Consequentemente, quando a empilhadeira está no seu esforço máximo, com a maior capacidade de carga nos garfos, os pneus dianteiros, maiores, por possuirem maior área de contato conseguem distribuir melhor esse peso da torre, garfos e palete.

Essa distribuição do peso numa área de contato maior e com um número menor de giros com o deslocamento da máquina, vai gerar um desgaste menor dos pneus dianteiros da empilhadeira, veja o vídeo pra entender:


Conclusão: a importância da especificação correta da empilhadeira

É muito comum as empresas brasileiras comprarem empilhadeiras de 2.500Kg. Nós mesmos, do Empilhando, já visitamos milhares de operações, e na hora da definição da máquina alguém sempre diz “mas pode ser que chegue um palete mais pesado, melhor pegar logo de 2.500kg”.

E esse “pode ser” custa caro para a empresa.

Custa caro porque normalmente os paletes da maioria das operações brasileiras são de 1.200kg. Nem as travessas das estruturas porta paletes da empresa foram projetadas para suportarem paletes de 2 toneladas.

Sendo assim com uma máquina com capacidade nominal de carga para 2.500 kg, trabalhar com apenas com 1.200kg, prejudica a sua correlação de equilíbrio e distribuição de peso.

Como vimos acima, com carga, apenas 13% do peso da máquina deveria ficar sob o eixo direcional. Mas se o palete é tem a metade da capacidade da máquina, todo o conjunto traseiro sofre maior esforço.

O sistema hidráulico direcional sofre mais, os pneus traseiros sofrem maior desgaste, as pontas de eixo também.

Portanto use a empilhadeira correta para a sua operação HOJE, caso um dia sua operação mude, caso chegue 1 palete mais pesado, você muda a máquina, aluga pontualmente, com certeza vai sair mais barato do que os custos de manutenção por desgaste excessivo.

Artigo escrito por Daniel Santos – gestor de conteúdo

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