Quais são os motores de empilhadeiras disponíveis? Você conhece o motor elétrico, glp, gasolina e diesel? Leia e saiba ainda mais!
As máquinas de movimentação e armazenagem exercem um papel muitíssimo importante na cadeia produtiva e de distribuição de produtos e bens em geral.
Quando falamos de equipamentos de movimentação e armazenagem, estamos falando não somente de empilhadeiras, mas de transpaleteiras e rebocadores. Equipamentos que possuem diversas aplicações nos mais variados segmentos da indústria, comércio e mesmo no ramo de serviços, onde apoiam as operações técnicas que permitem a prestação dos mesmos serviços.
Mas todos os equipamentos de movimentação e armazenagem autopropelidos possuem motores de tração e, tais motores são desenvolvidos de acordo com as necessidades de aplicação, distâncias a serem percorridas, capacidade de reboque e severidade da operação.
Sempre partimos de um ponto inicial porque quando falamos em equipamentos de movimentação e armazenagem, na mente da maioria das pessoas vem à tona a imagem de uma empilhadeira de classe V, ou seja, empilhadeira à combustão.
Índice
Motores de empilhadeiras à combustão
Bem sendo assim, vamos iniciar nosso papo falando de motores à combustão, sejam de ciclo Otto (aqueles que possuem velas de ignição e são alimentados por gasolina ou GLP) e ciclo diesel (que usam esse combustível).
Tais motores são amplamente utilizados na indústria por serem simples, relativamente baratos e terem em sua maioria um custo operacional aceitável (dependendo da aplicação) e são aplicados nas empilhadeiras e em alguns casos em rebocadores.
É importante salientar que esses motores possuem algumas características de projeto para serem aplicados nos equipamentos.
Sendo assim não é possível a realização de adequações que não se enquadrem nos parâmetros de operação das máquinas, pois isso pode acarretar problemas que afetem o desempenho, a produtividade e mesmo a segurança.
Os motores, sejam ciclo Otto ou ciclo diesel são motores 4 tempos (admissão, compressão, explosão e exaustão), alimentados por vaporizadores (GLP – Otto) ou sistemas de injeção (bombas injetoras diesel mecânicas ou com controles eletrônicos – Diesel).
São motores de aplicação industrial, NÃO automotivos. E ser um motor de aplicação industrial e não automotivo significa o quê?
Motores de aplicação industrial
O que são os motores de aplicação industrial? É bem simples, são motores que trabalham em faixas de rotação predeterminadas e em geral mais baixas e menos oscilantes (variações de RPM) que motores automotivos.
Em geral esses motores possuem bombas de óleo e água devidamente adaptados para essa aplicação e seus sistemas de arrefecimento são superdimensionados pois não possuem o advento da velocidade desenvolvida em veículos e que permite um fluxo de ar que ajuda no arrefecimento do motor.
As revisões são baseadas em horas de operação e não em quilometragem e em geral são intervencionados a cada 500 horas de operação para troca de óleo lubrificante e filtros.
Quando perguntado sobre o porquê da manutenção de 500 horas, os fabricantes calculam que cada hora equivale a 40 quilômetros percorridos então, 40km/h x 500 horas equivaleriam a 20.000 quilômetros!
Sendo assim você pode então perceber que o motor à combustão de aplicação industrial permite longos intervalos de manutenção.
Esses motores trabalham em geral até 2.500 RPM e possuem faixa de potência e torque (força aplicada diretamente no volante de acoplamento motor-transmissão) que buscam possibilitar que não somente o deslocamento do equipamento, mas o acionamento de sistemas como bombas hidráulicas, lubrificação e arrefecimento sejam feitos de forma a garantirem o perfeito funcionamento da máquina.
Procedimentos com motores a combustão
Por esses fatores, citados acima, é muito importante que:
Intervalos de manutenção sejam respeitados e cumpridos;
Inspeções diárias nos seguintes pontos sejam efetuadas por TODOS os operadores em cada troca de turno:
Nível do óleo lubrificante;
Inspeção visual do reservatório do liquido de arrefecimento;
Condição geral do motor (correias ou correntes), fios ou conectores;
Sujeira que possa indicar vazamentos;
Inspeções como essas não duram mais que 5 minutos e devem ser anotadas em um diário de bordo que fique no porta documentos do equipamento e sejam acessados periodicamente pelas equipes de manutenção (sejam internas ou externas).
É vital que sejam respeitados esses procedimentos, pois garantem que o cliente não terá surpresas desagradáveis e indisponibilidade de seus equipamentos, atrapalhando a produtividade e por consequência, o resultado da empresa.
Finalizando com os motores a combustão, nunca podemos nos esquecer que, seja GLP ou diesel, o resultado da queima dos mesmos combustíveis é a emissão de gases nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.
Portanto quando empilhadeiras e rebocadores a combustão são operados em ambientes internos, tais ambientes precisam permitir ventilação adequada afim de não causarem danos às pessoas e seu “habitat” natural serão pátios e armazéns externos.
Motores elétricos de empilhadeiras
Na outra ponta, existem os motores elétricos de corrente alternada, aplicados em transpaleteiras, rebocadores e empilhadeiras e que são muito eficientes, simples de manter e pelo fato de serem de corrente alternada, podem ser motores, demandando energia armazenada nas baterias tracionárias.
E quando não exigidos em tração, com o movimento em que estão aplicados podem ter suas polaridades invertidas automaticamente e virarem geradores.
Desse modo reaproveitando a energia cinética (movimento) e a transformando em energia que é reenviada para a bateria, permitindo maior autonomia.
Os motores elétricos possuem muito mais vantagens que os motores a combustão.
Vantagens dos motores elétricos nas empilhadeiras
Não necessitam lubrificantes e nem sistema de arrefecimento complexos;
Possuem muito menos partes móveis, manutenção extremamente simplificada e rápida;
Não vibram como os motores a combustão;
Emitem muito menos calor;
Não emitem gases poluentes;
São extremamente silenciosos;
São mais fáceis de montar e desmontar em caso de manutenção severa;
Por esses motivos, em países desenvolvidos a tendência é que as máquinas elétricas, juntamente com as novas gerações de baterias tracionárias (íons de lítio) sejam aplicadas em larga escala.
Mas existem detalhes a serem considerados? Sim, claro que existem, alguns motores, sobretudo os aplicados em máquinas com operadores a pé em geral não são projetados para grandes distâncias, podendo sofrer com aquecimento e parada intermitente quando exigidos além do que foram projetados.
Por isso, quando um consultor comercial for ofertar ao cliente um equipamento elétrico, entender a operação e as distâncias a serem percorridas além da temperatura ambiente, tanto interna quanto externamente é crucial.
Afinal os motores elétricos atuais não possuem limitações quanto às operações externas (quando aplicados em empilhadeiras contrabalançadas em rebocadores).
Eu particularmente sou suspeito de falar de motores elétricos, pois gosto muito de equipamentos desse tipo, mas quando falamos de empilhadeiras, falamos de equipamentos caros, então, quando sabemos que temos que aplicar máquinas elétricas (empilhadeiras)?
Quando usar empilhadeiras elétricas e quando usar empilhadeiras à combustão?
Nessa hora, o consultor comercial deve levar em consideração:
Número de horas trabalhadas/mês;
Severidade da aplicação (empilhadeiras contrabalançadas elétricas são ótimas para aplicações severas);
Operação com alimentos e/ou produtos que tenham restrições às emissões de poluentes (medicamentos, químicos, etc.);
Restrições de ruídos e emissões de poluentes;
Número de turnos aplicados;
Preço do combustível (GLP ou Diesel);
Feito isso, é muito importante o consultor comercial CIFRAR ao cliente as possíveis economias que o equipamento elétrico pode trazer.
Outro fator de peso: equipamentos elétricos, geralmente, possuem intervalos de manutenção a cada 1.000 horas, o que permite maior disponibilidade na operação. Em geral os custos de manutenção das máquinas elétricas também é mais baixo se comparados às máquinas à combustão.
Dessa forma, tendo as informações corretas, podemos escolher o equipamento correto, comprando certo, podemos ter produtividade e custo operacional reduzido.
Um abraço, Eduardo Isaac.
Este artigo foi escrito por Eduardo Isaac, especialista em especificação técnica de empilhadeiras em operações logísticas. Adicione o Eduardo no seu LinkedIn e fique conectado!